O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) é taxativo quanto à poluição plástica, estimada em 460 milhões de toneladas por ano em todo o mundo: sem medidas urgentes, esse número triplicará até 2060. A boa notícia é que, segundo o organismo, é possível reduzir a poluição plástica em 80% até 2040 se os países e as empresas fizerem mudanças profundas nas políticas e no mercado, usando as tecnologias existentes.
Entre as iniciativas relacionadas pelo Pnuma estão a eliminação de plásticos de uso único (descartáveis) e desnecessários, o redesenho de produtos e embalagens e a reformulação de sistemas de reutilização, recarga e reciclagem.
A preocupação crescente da população com as questões ambientais e a percepção negativa sobre o plástico são um fato, e a necessidade de argumentos construtivos e de pluralidade de soluções para as emergências climáticas, uma urgência.
Para a indústria do plástico restam a demanda e um grande potencial para a evolução, por meio da inovação e do desenvolvimento tecnológico. Como parte do setor, vejo que, juntos, podemos oferecer ao público um novo plástico, mais sustentável e alinhado com as expectativas de um futuro mais verde.
Ao invés de considerar o banimento do plástico, nossa proposta é transformar e aprimorar esses produtos, utilizando alternativas sustentáveis que preservem suas funcionalidades enquanto minimizam seu impacto ambiental.
Isso é possível, porque, sim, o Brasil tem tecnologia para a produção de bioplásticos 100% compostáveis, que após descartados viram adubo no fim da vida, sem gerar microplásticos (como a maioria dos chamados oxibiodegradáveis). Trata-se de um bioplástico, um plástico que é planta.
É essencial reconhecer a importância dos plásticos em várias aplicações, muitas delas cruciais, como na proteção de alimentos e produtos médicos, áreas onde sua eficácia é insubstituível. No entanto, estamos plenamente conscientes dos problemas associados aos plásticos descartáveis, de uso único, e comprometidos em oferecer soluções inovadoras e sustentáveis. Os materiais de bioplásticos compostáveis carregam características essenciais para a redução dos aterros sanitários e a minimização da pegada de carbono associada à sua fabricação e ao seu descarte.
Os bioplásticos, especialmente os compostáveis, são uma resposta promissora para soluções como sacolas de supermercado, sacos de lixo, canudos, embalagens de delivery, talheres e copos descartáveis entre tantas outras aplicações. Ao integrar essas soluções, podemos não apenas reduzir o impacto ambiental, mas também atender às demandas do consumidor por produtos mais ecológicos.
Nossa visão é de uma indústria plástica que evolui e se adapta, oferecendo ao mercado alternativas mais sustentáveis e eficientes. Ao trabalharmos juntos, podemos evoluir e fortalecer a indústria plástica, demonstrando nosso compromisso com a sustentabilidade, a inovação e as futuras gerações.
É o momento de todos os setores da indústria unirem forças nesta jornada de transformação. Ao investir em pesquisa e desenvolvimento, podemos liderar a transição para um futuro em que o plástico não é visto como um problema, mas como parte da solução. Juntos, podemos construir um caminho que une tradição, inovação e responsabilidade, e que façamos todos parte do plástico da geração verde.
Kim Fabri, CEO da ERT Bioplásticos.
