A AEVO acaba de lançar o relatório “O Futuro da Energia & Descarbonização”, um estudo abrangente que mapeia os principais desafios e oportunidades sobre o tema nas indústrias brasileiras.
O relatório é fruto de uma série de entrevistas com 12 especialistas de grandes empresas, incluindo ArcelorMittal, Thyssenkrupp, Volkswagen do Brasil, Raízen, Grupo Aço Cearense, Copa Energia e Niterra, que compartilharam suas visões sobre as barreiras e soluções para um futuro mais sustentável.
“Os efeitos da crise climática já são sentidos em todo o mundo, impactando toda a cadeia de produção das empresas e diferentes ecossistemas. A implementação de medidas para minimizar esses efeitos é urgente. Queremos fomentar a discussão e compartilhar práticas que podem ser adotadas por outras empresas”, afirma Luis Felipe Carvalho, CEO da AEVO.
O relatório destaca que a dificuldade de investir em inovação com foco na agenda de descarbonização é um dos principais desafios mencionados pelos especialistas. O alto custo dos investimentos faz com que as empresas busquem parcerias colaborativas para compartilhar recursos e expertise.
Além disso, o setor de energia enfrenta o desafio do baixo nível de maturidade das cleantechs no Brasil, decorrente dos grandes investimentos necessários nos estágios iniciais de desenvolvimento. A instabilidade econômica global também dificulta a disposição ao risco, tornando crucial que os investimentos sejam mais direcionados e estratégicos.
Hidrogênio Verde e outras inovações
O estudo também aborda o papel emergente do Hidrogênio Verde como uma solução promissora para a descarbonização. Uma das empresas já com ações em desenvolvimento é a Raízen, com projeto de hidrogênio renovável em andamento e que inclui a instalação de uma estação de abastecimento veicular no campus da USP, em São Paulo, para ônibus utilizados na cidade universitária.
O Hidrogênio Verde, ou H2V, refere-se ao hidrogênio gerado por meio da eletrólise da água, utilizando eletricidade proveniente de fontes renováveis como solar, eólica ou hidrelétrica. O documento destaca o potencial do Brasil em se tornar um protagonista neste setor devido às suas condições favoráveis para a produção do combustível.
No setor automotivo, o equilíbrio entre o desenvolvimento e a implementação rápida de novas tecnologias e a viabilidade econômica é essencial. A Volkswagen, por exemplo, possui um hub dedicado à descarbonização, com foco no desenvolvimento de projetos e tecnologias com baixa emissão de CO2 para veículos. O departamento está alinhado ao objetivo da empresa em ser neutra em carbono no mundo até 2050, considerando produtos e processos.
Importância da inovação para a Transição Energética
Uma das principais conclusões abordadas no levantamento feito pela AEVO é o papel da inovação para identificação e validação de novas soluções e tecnologias para a descarbonização.
Os profissionais das empresas entrevistadas destacaram que a inovação nesse contexto deve ser conduzida sobre um principal pretexto: acelerar as mudanças mais que necessárias, seja olhando para dentro da própria companhia, com programas de Intraempreendedorismo, ou para o mercado através da busca de parceiros para ajudar a criar novos produtos e soluções.
O relatório “O Futuro da Energia & Descarbonização” não apenas explora as tendências gerais de descarbonização e transição energética, mas também mergulha em estudos de caso específicos, ilustrando como essas iniciativas estão sendo implementadas na prática. De acordo com Luís Felipe Carvalho, o principal objetivo deste relatório é inspirar outras empresas a adotar práticas sustentáveis e a colaborar para um futuro com menos emissões de carbono.
“Um dos diferenciais que buscamos trazer neste estudo foi nos aprofundar em estudos de casos específicos, ilustrando, na prática, como essas iniciativas sustentáveis vêm acontecendo. Acreditamos na importância de compartilhar ao mercado as ações que estão sendo efetivamente adotadas para moldar o futuro que buscamos, afinal é assim que criamos um movimento que estimula mais empresas a adotarem este tipo de modelo de conduta”, completa Luís.