O secretário de Economia Verde, Descarbonização e Bioindústria do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Rodrigo Rollemberg, e a Diretora-Executiva do Acelerador da Transição Industrial (ITA) e da Mission Possible Partnership (MPP), Faustine Delasalle, anunciaram hoje que o Brasil se tornará o primeiro país parceiro do ITA, iniciativa global e multissetorial para catalisar a descarbonização em setores industriais de altas emissões. O Secretariado do ITA é organizado pela MPP.
A parceria entre o ITA e o MDIC apoiará a ambiciosa agenda de crescimento verde do Brasil. O Plano de Transformação Ecológica do país e o Plano Nova Indústria Brasil, de US$ 60 bilhões, visam a reduzir as emissões e, ao mesmo tempo, desenvolver as indústrias sustentáveis do futuro. O Brasil tem uma base industrial significativa, uma abundância de recursos naturais e acesso a energia renovável de baixo custo, o que coloca o país em uma ótima posição para se estabelecer como uma potência global na produção de bens industriais verdes. O ITA ajudará a fortalecer as argumentações de investimento das indústrias verdes emergentes do Brasil para mobilizar o capital necessário para descarbonizar a economia global.
A parceria apoiará essa ambição por meio do Programa de Apoio a Projetos do ITA no Brasil. O programa identificará e apoiará projetos industriais de grande escala com potencial de descarbonização profunda que podem ser acelerados em direção a decisões finais de investimento até a COP30 e entrar em operação até 2030. A iniciativa auxiliará, especificamente, no avanço de um portfólio de projetos industriais verdes do país, abordando as necessidades políticas e regulatórias, criando cadeias de valor de baixas emissões, estimulando a demanda por produtos verdes e identificando mecanismos para reduzir o risco de investimento nos projetos. O Programa ITA Brasil também trabalhará com a Plataforma de Transição Climática do Brasil, que está sendo desenvolvida pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Glasgow Financial Alliance for Net Zero (GFANZ), para financiar projetos alinhados aos planos de transição climática do governo.
Juntamente com o anúncio de hoje, o ITA e o MDIC lançaram uma convocação para Manifestações de Interesse para convidar organizações do setor privado a participar e se beneficiar do Programa ITA Brasil. A convocação está sendo lançada em coordenação com o Centro de Descarbonização Industrial Brasil-Reino Unido (ID Hub) e tem como objetivo identificar projetos em setores de altas emissões[1] que tenham o potencial de descarbonização profunda em grande escala e empreguem tecnologias inovadoras que estejam se aproximando da maturidade comercial.
O Brasil também ajudará a moldar os esforços mais amplos do ITA para melhorar o ambiente de investimento em tecnologias e soluções de descarbonização profunda em todo o mundo, com foco em questões de política, cadeias de valor e finanças, que se beneficiariam de uma maior cooperação internacional.
“Com o nosso Plano de Transformação Ecológica e o Plano Nova Indústria Brasil, estamos no caminho certo para nos tornarmos a economia industrial verde líder na América Latina e uma força global para a descarbonização”, afirmou o Secretário de Economia Verde, Descarbonização e Bioeconomia do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Rodrigo Rollemberg. “Com a ajuda do ITA, poderemos identificar e apoiar projetos que levarão à descarbonização nos nossos setores de altas emissões, concedendo acesso a investimentos privados e promovendo a indústria, assim garantindo a posição do Brasil como líder na transição global de energia limpa.”
“Controlar as emissões de carbono da indústria pesada é crucial na luta contra as mudanças climáticas, e o Brasil está em uma ótima posição para liderar, afirmou Michael R. Bloomberg, enviado especial do Secretário-Geral da ONU para Ambição e Soluções Climáticas, Fundador da Bloomberg L.P. e Bloomberg Philanthropies, e Copresidente do ITA. “Como o primeiro país a fazer parceria com o Acelerador da Transição Industrial, o Brasil pode ajudar a mostrar que é possível progredir em toda a região e em todo o mundo. É com muita satisfação que apoiamos a transição de energia limpa do Brasil, a qual ajudará a melhorar a saúde pública, ampliar o crescimento econômico e salvar vidas”.
“Os EAU estão muito satisfeitos em receber o Brasil como país parceiro no ITA para apoiar ainda mais o movimento internacional em direção à indústria mais verde que iniciamos na COP28”, afirmou o Dr. Sultan Al Jaber, Ministro da Indústria e Tecnologia Avançada dos Emirados Árabes Unidos, Presidente da COP28, e Copresidente do ITA. “A COP28 foi um marco global para a descarbonização industrial com o lançamento de várias iniciativas marcantes, incluindo o Acelerador da Transição Industrial. O Programa de Apoio a Projetos do ITA no Brasil é um passo na direção certa para alavancar o peso internacional na descarbonização de indústrias de altas emissões. Esperamos mais ações desse tipo nos próximos meses.”
“Os setores de altas emissões, como aço, produtos químicos e aviação, têm um papel crucial a desempenhar para atingirmos a nossa meta compartilhada de limitar o aumento da temperatura global a 1,5°C neste século”, afirmou Simon Stiell, Secretário Executivo da ONU Mudanças Climáticas e Copresidente do ITA. “O Acelerador da Transição Industrial ajudará a impulsionar o investimento e a inovação essenciais para transformar esses setores. As soluções apoiadas pelo ITA no Brasil e em outros países nos próximos anos ajudarão a acelerar a descarbonização desses setores vitais.”
“Por muito tempo, a descarbonização dos setores de altas emissões tem sido impedida pela demanda insuficiente por produtos mais verdes, barreiras regulatórias, tecnologias imaturas e ausência de financiamento de transição em grande escala”, afirmou Mark Carney, Enviado Especial da ONU para Ação Climática e Finanças, Copresidente da GFANZ, e Copresidente do ITA. “O ITA pode auxiliar esses setores a superar os obstáculos à transição — ajudando a obter mais investimentos e criar empregos no caminho para alcançar a neutralidade climática. Estamos entusiasmados com a parceria com o governo brasileiro para catalisar a descarbonização nos setores de altas emissões no Brasil e, por meio dessas inovações, investimentos e exemplos, do mundo todo.”
“Tendo em vista o grande potencial para descarbonizar os setores de indústria pesada e de transporte do Brasil e aproveitar as novas oportunidades econômicas proporcionadas pela transição industrial, o ITA tem o prazer de fazer parceria com o governo brasileiro para acelerar seu portfólio emergente de projetos industriais verdes”, afirmou Faustine Delasalle, Diretora-Executiva do Secretariado do ITA e da Mission Possible Partnership. “O ITA se concentrará em apoiar empresas brasileiras e internacionais, conectando-as a financiadores e aproveitando os recentes desenvolvimentos de políticas no Brasil, para que seus projetos de descarbonização profunda avancem para decisões finais de investimento nos próximos dois anos.”
Como parte da parceria, o ITA e o ID Hub convidam Manifestações de Interesse de organizações do setor privado no Brasil: Convocação para Manifestações de Interesse
Sobre o Acelerador da Transição Industrial
O Acelerador da Transição Industrial (ITA) é uma iniciativa global e multissetorial para catalisar a descarbonização dos setores industriais e de transporte de altas emissões. Lançado em dezembro de 2023, na Cúpula Mundial de Ação Climática da COP28, pela Presidência da COP28, a ONU Mudanças Climáticas, e a Bloomberg Philanthropies, o ITA reúne líderes globais de todos os setores, instituições financeiras e governos para liberar investimentos em grande escala para a rápida implantação de soluções de descarbonização. O ITA é financiado pela Bloomberg Philanthropies e pelos Emirados Árabes Unidos.
O Secretariado do ITA é organizado pela Mission Possible Partnership (MPP). O ITA trabalha em parceria com instituições globais, convocadores corporativos e financeiros globais e grupos setoriais da indústria, entre outros, para acelerar a ação coletiva para a descarbonização industrial.
Em três anos, o ITA pretende aumentar significativamente o número de projetos industriais limpos em escala comercial na indústria pesada (alumínio, cimento, produtos químicos e aço) e no transporte (aviação e marítimo) — setores que atualmente respondem por um terço das emissões globais — e em suas cadeias de suprimento de energia. Embora o progresso esteja sendo feito, a velocidade e a escala atuais da implantação são insuficientes. Uma massa crítica de projetos de descarbonização profunda deve alcançar a decisões finais de investimento (FID) até 2026 para estar operacional até 2030 e manter viva a meta de limitar o aquecimento global a 1,5 °C.
[1] Projetos vinculados a ativos nos setores de alumínio, cimento, produtos químicos (incluindo fertilizantes), aço, aviação e transporte marítimo e, de preferência, que abordem as atividades com maior intensidade de emissões nesses setores
