terça-feira, outubro 8, 2024

O futuro da construção civil precisa ser urgentemente verde

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Nos últimos anos, temos observado uma crescente e cristalina onda de transição com foco em sustentabilidade em praticamente todos os setores da economia. No entanto, a construção civil, um dos pilares da nossa infraestrutura, acabou ficando para trás no processo. Embora a área seja vital para o desenvolvimento urbano como um todo, não podemos desconsiderar que ela acaba sendo também um dos maiores responsáveis pelas emissões de CO² e geração de resíduos.

Segundo um estudo idealizado pela Agência Internacional de Energia, a construção civil é responsável por 39% da emissão global dos gases do efeito estufa na atmosfera. Mais do que isso, cada obra gera, em média, 120 quilos de entulho por metro quadrado, tornando o setor responsável por até 70% dos resíduos sólidos gerados nos perímetros urbanos no Brasil.

Tais números alarmantes sublinham a urgência de se adotar práticas mais sustentáveis na área, assumindo a importância de adotar soluções inovadoras que possam garantir um futuro mais verde e sustentável para as obras. Contudo, vale deixar claro que a construção de dados tão preocupantes não decorre da falta de iniciativas voltadas para o ESG (Environmental, Social, and Governance) por parte dos players do mercado.

Mudança arquitetada

Na prática, um dos principais obstáculos é a baixa disposição do consumidor final em investir mais dinheiro por soluções sustentáveis. Não quero dizer de forma alguma, porém, que as pessoas sejam o vilão da história. Na verdade, tal indício tende muito mais a expor uma nítida carência de políticas governamentais e incentivos fiscais que ajudariam a garantir melhor custo benefício para os clientes.

Um setor tão relevante como o da construção civil não pode permanecer alheio às transformações de cunho ecológico. Considerando os impactos significativos do mercado, a adoção de métodos construtivos mais sustentáveis surge como uma das estratégias mais promissoras rumo ao objetivo.

Uma das alternativas que mais se destaca no contexto atual é o método Light Steel Frame, que utiliza a montagem de peças de aço galvanizado como base para a construção de edificações. Estudos recentes de mercado já demonstraram que tal modelo de construção a seco ajuda a mitigar em até 90% o consumo de água, 73% a emissão de CO² e 60% a quantidade de resíduos sólidos em comparação aos projetos tradicionais de alvenaria.

Mãos à obra

No entanto, para que o consumidor opte por sistemas construtivos mais inteligentes, como o Light Steel Frame, será preciso que ele esteja ciente e entenda de uma forma clara e objetiva os benefícios atrelados à escolha. Isso requer a disponibilidade de produtos, experiências sensoriais e uma relação custo-benefício favorável, o que só é viável com a participação ativa do varejo no processo. A Espaço Smart surgiu há mais de 10 anos para resolver essas dores.

Além de aumentar a conscientização e conhecimento da população sobre os aspectos positivos das construções sustentáveis, temos que destacar ainda que existem outros desafios que precisam ser superados para uma mudança efetiva do mercado. A formação de mão de obra qualificada, a disponibilidade de produtos alinhados à sustentabilidade e a capacidade produtiva para atender um mercado tão extenso de forma democrática e acessível também são fatores indispensáveis.

O fato é que o futuro da construção civil precisa ser mais verde e isso precisa acontecer de forma urgente. A adoção de métodos inteligentes e ecológicos de estruturação, impulsionadas por políticas de incentivos fiscais e um maior envolvimento do consumidor e do varejo, tende a ser o caminho certo para transformar o setor. Somente com uma mudança coletiva de mentalidade e prática conseguiremos construir edificações e um legado de responsabilidade ambiental e inovação. Chegou a hora de erguer paredes que protejam não apenas os habitantes, mas também o nosso planeta.

Fernando Scheffer, fundador da Espaço Smart, primeira loja de casas do Brasil.

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