quinta-feira, dezembro 26, 2024

População mundial atingirá 10,3 bilhões em meados da década de 2080

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O total de habitantes do planeta poderá atingir o pico neste século, segundo as Nações Unidas. O Relatório Perspectivas Mundiais da População 2024 revela que um quarto das pessoas vive em um país cuja população está no auge.

Pela publicação lançada nesta quinta-feira, a população global atingirá o máximo em meados da década de 2080 após crescer nos próximos 60 anos. A alta será dos 8,2 bilhões em 2024, para cerca de 10,3 bilhões, em meados da década de 2080.

Países lusófonos

A projeção do Departamento dos Assuntos Econômicos e Sociais, Desa, destaca que depois desse aumento o número de habitantes do planeta retornará para cerca de 10,2 bilhões até o final do século.

O levantamento da ONU aponta Portugal como um dos 63 países e áreas que atingiram o pico da população este ano, incluindo China, Alemanha, Japão e Rússia. A população do grupo poderá diminuir em 14% nos próximos 30 anos.

A previsão é que Brasil e Cabo Verde atinjam o máximo de habitantes em 30 anos. Entre 2025 e 2054 estima-se que a população deve alcançar o maior número em 48 países e áreas, incluindo Irã, Turquia e Vietnã.

Angola poderá ter um crescimento muito rápido, com sua população total dobrando entre 2024 e 2054. Em 126 países, incluindo Índia, Indonésia, Nigéria, Paquistão e Estados Unidos, a população aumentará e, potencialmente, atingirá o pico na segunda metade do século ou mais tarde.

População mundial em 2100

No caso de Guiné-Bissau, Moçambique, Timor-Leste e São Tomé e Príncipe as populações continuarão crescendo até atingir seu auge entre o final do atual e o princípio do próximo século.

O relatório das Nações Unidas enfatiza ainda que o tamanho da população mundial em 2100 estará 6% abaixo do que foi previsto há uma década, ou 700 milhões de pessoas a menos.

Estudo recomenda investir na educação de jovens, especialmente meninas, para colher resultados positivos para a saúde das mulheres do WPP Estudo recomenda investir na educação de jovens, especialmente meninas, para colher resultados positivos para a saúde das mulheres.

O crescimento demográfico teve influência da baixa dos níveis de fertilidade em alguns dos maiores países do mundo, especialmente a China. Em nível global, as mulheres estão tendo um filho a menos, em média, do que tinham por volta de 1990.

O relatório revela ainda que em mais da metade de todos os países e áreas, a média de nascidos vivos por mulher está abaixo de 2,1 do necessário para que uma população mantenha um tamanho constante a longo prazo sem migração.

Fertilidade considerada “ultrabaixa”

Em quase um quinto de todos os países e áreas, incluindo China, Itália, Coreia do Sul e Espanha, a fertilidade é considerada “ultrabaixa”, com menos de 1,4 nascidos vivos por mulher ao longo da vida.

O Relatório Perspectivas Mundiais da População 2024 indica que a gravidez precoce continua sendo um desafio, principalmente em países de baixa renda. Em 2024, mães com menos de 18 anos geraram 4,7 milhões de bebês, ou cerca de 3,5% do total mundial.

Destes, cerca de 340 mil nasceram de crianças menores de 15 anos, com consequências graves para a saúde e o bem-estar das jovens mães e de seus filhos.

O relatório conclui que investir na educação de jovens, especialmente meninas, e aumentar as idades de casamento e primeiro filho em países onde isso ocorre precocemente terá resultados positivos para a saúde das mulheres, realização educacional e participação na força de trabalho.

Escala dos investimentos

Esses esforços também contribuirão para desacelerar o crescimento demográfico e reduzir a escala dos investimentos necessários para atingir o desenvolvimento sustentável, garantindo que ninguém seja abandonado.

Nas últimas três décadas, as taxas de mortalidade diminuíram e a expectativa de vida aumentou de forma significativa. Após um breve declínio durante a pandemia da Covid-19, o número de anos que a população global espera viver atingiu 73,3 anos em 2024, comparados aos 70,9 anos durante a crise de saúde.

Até o final da década de 2050, mais da metade das mortes globais ocorrerão aos 80 anos ou mais, um aumento substancial de 17% em relação ao nível de 1995.

Já até o limite da década de 2070, o número de pessoas com 65 anos ou mais ultrapassará o de menores de 18 anos, enquanto o total de indivíduos com 80 anos ou mais superará o de bebês com menos de um ano em meados da década de 2030.

Taxa de natalidade

Em países que ainda estão crescendo rapidamente e têm populações relativamente jovens, o número de pessoas de idade igual ou superior a 65 anos deverá aumentar nos próximos 30 anos.

O subsecretário-geral da ONU para Assuntos Econômicos e Sociais, Li Junhua, disse que o cenário demográfico evoluiu muito nos últimos anos. Em alguns países, a taxa de natalidade agora é ainda menor do que o previsto anteriormente e se observam declínios ligeiramente mais rápidos em algumas regiões de alta fertilidade.

Para ele, atingir o auge da população mais cedo e em número mais baixo é um sinal de esperança que “pode significar pressões ambientais reduzidas de impactos humanos devido ao menor consumo agregado”.

O representante alertou, no entanto, que o crescimento demográfico mais lento não eliminará a necessidade de reduzir o impacto médio que é atribuído às atividades de cada indivíduo.

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