Desde a Revolução Industrial, o aquecimento global é impulsionado pelas atividades humanas, como a queima de combustíveis fósseis (carvão, petróleo e gás natural), desmatamento e processos industriais, que aumentam significativamente a concentração de CO2 e outros gases de efeito estufa (GEE) na atmosfera. Consequentemente, há retenção de mais calor, elevando as temperaturas globais e resultando em catástrofes climáticas.
A alta concentração de CO2 gera o que estamos vivendo hoje: poluição do ar, desequilíbrio, efeito estufa, fortes chuvas, derretimento de geleiras, elevação do nível dos oceanos e perda da biodiversidade. Parece o início do fim do mundo, mas é a degradação do meio ambiente afetando ecossistemas e a saúde humana. Para se ter uma ideia da gravidade do que estamos vivendo, e do que ainda está por vir, a Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou um relatório alegando que os atuais compromissos climáticos dos países resultarão em uma redução de apenas 2% das emissões dos gases de efeito estufa até 2030 na comparação com 2019, contra os 43% recomendados pelos cientistas.
Grandes chuvas e tempestades, como infelizmente temos acompanhado na região sul do país, são causadas porque o aquecimento global aumenta a capacidade da atmosfera de reter umidade, levando a chuvas mais intensas, causando inundações rápidas, erosão do solo e deslizamentos de terra.
Já o derretimento das geleiras e calotas polares, combinado com a expansão térmica da água do mar, eleva o nível das águas, aumentando o risco de inundações costeiras e erosão. O aquecimento da água dos oceanos também fornece mais energia para os furacões e tempestades tropicais, tornando-os mais intensos e destrutivos, com ventos mais fortes, chuvas mais pesadas e maior potencial de danos.
Outro exemplo é que a alteração nos padrões de chuva pode resultar em secas prolongadas, afetando a agricultura, abastecimento de água e aumentando o risco de fome e desnutrição. Por sua vez, essas secas criam condições propícias para incêndios florestais, que destroem ecossistemas e locais habitáveis por animais e até seres humanos.
Me assusta pensar as muitas catástrofes climáticas que podemos viver, e sabemos que as emissões globais CO2 devem ser drasticamente reduzidas, mas ainda é preciso muito mais atenção, dedicação, compreensão e investimento neste tema. Como cidadãos e vítimas, podemos cobrar ações do governo, confirmar a veracidade de notícias antes de compartilhá-las e respeitar os cientistas que há anos têm nos avisado que o pior estava por vir. Como empresários, devemos neutralizar as nossas emissões, de forma voluntária, por meio da compra do crédito de carbono, que funciona como ‘dinheiro ou ação’ para ajudar a viabilizar financeiramente projetos de tecnologia limpa, preservação ou recuperação florestal ou agricultura regenerativa.
Fernando Beltrame, mestre pela USP, engenheiro pela Unicamp e CEO da Eccaplan. Com mais de 20 anos de experiência em projetos de consultoria, sustentabilidade e estratégia Net Zero, já atuou em diferentes eventos e iniciativas como a COP18, Rio+20 e fóruns mundiais.