quinta-feira, dezembro 26, 2024

Iniciativas e soluções visam garantir a economia circular de embalagens

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Os três “erres” da sustentabilidade, “Reduzir, Reutilizar e Reciclar” se multiplicam em várias outras ações efetivas – como repensar, reutilizar, redirecionar, responsabilizar-se – que indicam compromisso com o meio ambiente e que apoiam, não só melhores práticas de consumo, como também um manejo mais eficiente dos resíduos. A UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência, e a Cultura) instituiu o 17 de maio como Dia Mundial da Reciclagem, justamente para ampliar a conscientização e estimular a adesão das pessoas.

Na jornada pela reciclagem de materiais, o Brasil tem registrado um crescimento sensível da reciclagem do plástico: segundo o estudo mais recente do Plano de Incentivo à Cadeia do Plástico (PICPlast), a reciclagem mecânica de plástico pós-consumo atingiu a marca de 25,6% em 2022, registrando o maior crescimento desde 2018. Nesse período, os recicladores consumiram um total de 1,7 milhão de toneladas de sucata plástica, entre pós-consumo e resíduo industrial, com alta de 8,5%.

O plástico é um material que tem papel essencial em diversos segmentos, como na proteção dos alimentos, na produção de insumos hospitalares e para a indústria farmacêutica, por exemplo, por garantirem segurança e ampliação da vida útil dos produtos. “Viabilizar a economia circular desses materiais é de suma importância e um compromisso para todos os elos da cadeia de valor”, considera Fernando Henrique Diniz, gerente sênior de economia circular da BASF. “A sustentabilidade se alcança não com a eliminação do material, mas proporcionando novas vidas, que tenham qualidade comercial e segurança para os consumidores”.

Desafios da reciclagem

Em relação aos plásticos, há questões importantes que desafiam os recicladores, como o odor, a mistura de cores e tipos de polímeros ou a presença de contaminantes, por exemplo. Para superar estes e outros aspectos, a BASF disponibiliza soluções B-Cycle, que contemplam desde a triagem, com o dispositivo que faz a identificação exata do tipo de plástico para separação, passando pela lavagem, até a extrusão e conversão com o uso de aditivos que maximizam a utilização do conteúdo pós-consumo. Nesse contexto, a linha IrgaCycle® mantém a resistência mecânica, melhora a coloração, além de garantir requisitos técnicos importantes no processamento do plástico, proporcionando produtividade, qualidade e permitindo uma maior circularidade para os plásticos.

Já para a reciclagem de embalagens de cartão e papelão há outros tipos de desafios. A aplicação de uma fina camada plástica como barreira nas caixinhas e bandejas para alimentos gordurosos, por exemplo, dificulta a reciclagem. Há soluções de barreira, como o Joncryl HPB, que funcionam como uma alternativa ao polietileno e podem ser reciclados. E quanto aos rótulos e etiquetas de papel, muitos adesivos utilizados interferem no processo de reciclagem do papel. Para isso, há algumas soluções da linha Acronal que possuem certificação, tanto para reciclagem, como para contato indireto com alimentos, e compõe o portfólio de produtos que contribuem para a economia circular na indústria de rótulos e embalagens.

Créditos de plástico como ferramenta de transição para Circularidade

A BASF reconhece o potencial dos créditos de plástico como um instrumento financeiro para acelerar a consolidação de novos regimes de Responsabilidade Estendida do Produtor (REP) ou melhorar aqueles existentes, com critérios rigorosos para sua implementação eficaz. A prioridade deve ser a prevenção da destinação de plásticos ao meio ambiente e a redução da sua acumulação.

De acordo com o posicionamento da BASF, os créditos de plástico podem ser um instrumento de transição útil, desde que atendam a critérios específicos como: Rastreamento de dados transparente com auditoria por terceiros para garantir a veracidade das informações; Financiamento adequado, suficiente e contínuo para atividades de coleta, triagem, reciclagem e recuperação de plásticos; Apoio à abordagem holística que considere todas as tecnologias de reciclagem, priorizando a reciclagem mecânica, mas também incluindo a reciclagem química quando tecnicamente, ecologicamente ou economicamente viável; Implementação coordenada por projetos cuja elaboração por parceiros credenciados sob o mesmo órgão que rege a REP para evitar dupla contagem; e Restrição geográfica para contabilização em metas e cotas regulatórias.

Esses critérios rigorosos são essenciais para garantir que os créditos de plástico contribuam efetivamente para a transição para uma economia circular. A empresa se compromete a trabalhar com stakeholders para garantir a implementação responsável e eficaz de créditos de plástico.

Logística Reversa

A Suvinil, marca de tintas decorativas da BASF, também investe em iniciativas elaboradas a partir do conceito de economia circular, como é o caso do Suvinil Circula, um projeto de logística reversa que tanto facilita a jornada de pintura quanto contribui para uma atuação mais sustentável da fabricante. Anunciado em 2023, visa receber sobras de tintas para coprocessamento e embalagens de qualquer marca para reciclagem e, então, reinserção dos materiais e resíduos na cadeia produtiva. Desde o lançamento de seu piloto em 2020 até fevereiro de 2024, foram coletadas mais de 37 toneladas, sendo 16 delas recicladas e 11 coprocessadas. Os impactos da reciclagem do material são: mais de 10 milhões de litros de água economizados; 5 mil kWh de energia economizados e Cerca de 137 kg de emissão de CO2 na atmosfera evitada.

Reciclagem e agronegócio de mãos dadas

Nas lavouras brasileiras, esse tema possui ainda maior relevância, já que as embalagens dos defensivos agrícolas devem ter destinos corretos para evitar a contaminação do solo, as águas superficiais e os lençóis freáticos. A Divisão de Soluções para a Agricultura da BASF, em parceria com o Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (InpEv), tem desempenhado um papel fundamental no avanço da reciclagem no Brasil por meio do Sistema Campo Limpo. Atuando como parte integrante da cadeia, a empresa não apenas se envolve nos comitês e realiza treinamentos de boas práticas, mas também promove ativamente a conscientização entre os agricultores sobre a importância do retorno das embalagens vazias.

A BASF desempenha um papel significativo na contabilização das embalagens retornáveis, contribuindo para a transparência e responsabilidade no processo. Desde o início das atividades do Sistema Campo Limpo, em 2002, essa colaboração entre agricultores, indústria, revendedores e poder público resultou na destinação ambientalmente correta de mais de 760 mil toneladas de embalagens vazias. Essa iniciativa, liderada pelo InpEv, tem colocado o Brasil como referência internacional em reciclagem, com aproximadamente 94% das embalagens sendo destinadas à reciclagem e os 6% restantes sendo devidamente incinerados, garantindo uma destinação ambientalmente responsável para 100% dos produtos consumidos no país.

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