Apesar dos números baixos, o país já conta com expertise para implementar qualquer tipo de sistema de reuso, seja ele direto ou indireto, com tecnologias como as disponibilizadas pela Enfil, que há quase 30 anos atua no mercado de engenharia ambiental com tecnologia própria. Ao longo dos anos, a empresa projetou e executou as maiores plantas de reuso em refinarias. Como exemplo podemos citar:
Plangás – vazão de tratamento de planta = 5.100 m³/h, processo de tratamento foi clarificação, ultrafiltração seguida do sistema de desmineralização por troca iônica e polimento de água;
REVAP – vazão de tratamento de planta = 1.800 m³/h, processo de tratamento foi clarificação, filtração, ultrafiltração seguida de dois trens de desmineralização por osmose reversa e sistema de polimento por leitos mistos;
REDUC – vazão de tratamento de planta = 800 m³/h, processo de tratamento foi MBR – Membrane Bio-reactor;
RNEST – vazão de tratamento de planta = 2.100 m³/h, processo de tratamento para reuso, englobou clarificação, sistema de filtração em carvão ativado, eletrodiálise reversa e sistema de desmineralização por troca iônica;
REPAR – são três sistemas de ultrafiltração – ULTRA 1 – Flotofiltro e sistema de desaguamento de lodo / ULTRA2 e 3 (reuso) – Flotofiltro, sistema de filtração em carvão ativado, eletrodiálise reversa e sistema de desmineralização por troca iônica.
Já na área de saneamento público, a Enfil, em parceria com a Sanasa – Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento executou a Construção da Estação de Tratamento de Esgotos Sanitários Boa Vista, que abrangeu a execução do projeto civil e construção, utilizando o processo MBR (Membrane BioReactor), com a instalação de um Sistema de Ultrafiltração por Membranas Submersas de Fibra Oca com capacidade de 180 ℓ/s. São duas estações que utilizam essa tecnologia, as Estações de Produção de Água de Reuso EPAR CAPIVARI II e EPAR BOA VISTA, que produzem uma água de reuso com grau de qualidade de 99%. A obra foi um marco brasileiro, pois, com essa estação, Campinas conseguiu atingir 100% do seu esgoto tratado, o que tornou a cidade a primeira com mais de 500 mil habitantes a atingir esta capacidade.
A maioria dos reusos feitos após o tratamento de esgoto depende da sua aplicação, sendo que: se for para recomposição hídrica, basta fazer um tratamento biológico com remoção de nutrientes, como o fósforo e nitrogênio, sendo que muitas vezes é necessário um tratamento terciário composto de um tratamento físico-químico seguido de filtração para complementação da remoção do fósforo; se for para abastecimento industrial, dependendo da qualidade do ponto de utilização, podem ser desde sistemas simples compostos de tratamento físico-químico seguidos de filtração, até sistemas mais rebuscados com a utilização de processos com membranas de ultrafiltração e osmose reversa ou processos biológicos empregando tecnologias como MBR (Membrane Bio-reactor), MBBR (Moving Bed Biofilm Reactor) ou IFAS (Integrated Fixed-Film Activated Sludge), entre outras e seguidos de osmose reversa; se for para abastecimento público, podemos ter a utilização de sistemas biológicos com remoção de fósforo e nitrogênio e com o emprego de MBR, seguido de uma desinfecção que poderá ser a ultravioleta e cloro.
Outro fator importante é olhar os efeitos significativos do efeito multiuso do reuso e as métricas do tão falado e almejado ESG – Environment Social Governance. Afinal, a reutilização da água é fundamental para implementar sólidas estratégias em prol de alcançar metas em ESG e em economia circular. Para se ter ideia, para cada R$ 1 investido em reúso de água, consegue-se R$ 3,40 em expansão da produção nacional.