A aviação gera 2% de todas as emissões globais anuais de CO2, de acordo com a Associação Internacional de Energia. Essas emissões se devem em maior parte ao uso do querosene de aviação tradicional, que é um combustível fóssil derivado de petróleo obtido por meio de processos de refino, e que gera mais emissões.
Em vez de usar petróleo bruto, o SAF começa com ingredientes renováveis, como óleos vegetais, gorduras animais e até mesmo resíduos de alimentos. É como fazer uma receita mágica da aviação.
Após uma sessão de pré-tratamento destas matérias-primas, removendo alguns contaminantes para o próximo passo, passam por transformações químicas chamada hidrogenação e isomerização. Após esse processo a molécula já terá o formato similar ao do hidrocarboneto fóssil, resultando em um produto substituto perfeito do querosene de aviação fóssil, pronto para uso.
Hoje, em função da legislação vigente SAF ainda não age sozinho – ele é misturado com o combustível de aviação tradicional em uma proporção certa, para atendimento gradual das metas de descarbonização propostas pela IATA e os diversos países que já desenvolveram regulação própria. Essa mistura, que mantém a performance do combustível tradicional, é o que faz o SAF ser tão eficaz para os aviões. Atualmente, já há testes em andamento com combustível 100% SAF, com significativa redução de emissões de carbono.
Certificações rigorosas
Antes de ser usado para fazer os aviões decolarem, o SAF precisa passar por testes rigorosos e ser certificado. Assim como um piloto precisa de sua licença para voar, o SAF também precisa de sua “licença” para ser usado em aviões.
O SAF (Combustível Sustentável de Aviação) é mais sustentável do que o combustível fóssil porque é produzido a partir de fontes renováveis, como óleos vegetais, gordura animal, resíduos de biomassa, CO2 capturado após síntese com hidrogênio verde, enquanto o combustível fóssil é derivado do petróleo. Isso faz com que a pegada de carbono do SAF seja até 80% menor em relação ao de origem fóssil. Além disso, como dito anteriormente, o SAF é um combustível “drop-in”, o que significa que pode substituir diretamente o querosene fóssil sem a necessidade de redesenhar motores ou aeronaves.
Em resumo, usar SAF é fazer uma escolha mais saudável para o planeta, já que ele reduz as emissões de carbono, ajuda a diversificar as fontes de combustível, reduz a dependência do petróleo, e contribui para a saúde de todos e do planeta de maneira geral.
Como andam os testes?
A Honeywell, empresa que fornece tecnologia para o desenvolvimento de SAF, e a Embraer anunciaram recentemente testes bem-sucedidos com 100% de combustível de aviação sustentável (SAF), marcando o primeiro voo puro da história. O teste comprovou que o motor da aeronave funcionou perfeitamente, afastando a dúvida de que o combustível ficaria aquém da sua versão com petróleo.
De acordo com Leon Melli, Diretor de Vendas da Honeywell UOP, o Brasil tem um papel importante no desenvolvimento do SAF. “Nosso país tem muitos recursos naturais, tecnologia e matéria-prima disponíveis para que o SAF ganhe global escala e posicionando o Brasil como um importante mercado globalmente, atraindo investidores e movimentando a economia local”.
O processo Honeywell UOP EcofiningTM, desenvolvido em conjunto com a Eni SpA, foi inovador ao converter óleos vegetais, gordura animal e outras matérias-primas residuais como o óleo de cozinha usado em diesel renovável (HVO) e SAF. Este biocombustível avançado pode reduzir as emissões de GEE em até 80% quando comparado às emissões de combustíveis fósseis.
Por tudo isso, a produção de Combustível Sustentável de Aviação (SAF) é uma peça-chave na busca da aviação por operações mais sustentáveis. O processo EcofiningTM da Honeywell desempenha um papel vital nessa jornada, permitindo a conversão eficiente de matéria prima renovável em SAF e contribuindo para a redução das emissões de carbono na aviação global. Essas inovações promissoras estão desempenhando um papel fundamental na transformação da indústria da aviação em direção a um futuro mais sustentável.