O Google é uma das empresas que se uniram, em 2023, à iniciativa Brasil sem Misoginia, liderada pelo Ministério das Mulheres. A campanha busca intensificar a mobilização social para enfrentar a violência de gênero no país e trabalhar em soluções em prol da equidade.
Para a Fòs Feminista, aliança de organizações da sociedade civil, o Google.org vai doar R$ 5 milhões para subsidiar iniciativas de sensibilização para a justiça de gênero e enfrentamento à misoginia em ambiente virtual. O objetivo é circular novas formas de engajamento e diálogo virtuais em prol de uma internet mais segura para as mulheres e pessoas vítimas de violência de gênero.
Segundo a Central Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos, da SaferNet, as denúncias de misoginia online cresceram quase 30 vezes em cinco anos, no Brasil, aumentando de 961, em 2017, para 28,6 mil, em 2022.
Além disso, de janeiro a outubro de 2023, a Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180 – atendeu 74.584 denúncias de violência contra mulheres. Em 2022, nesse mesmo período, foram 73.685. Em relação a violências contra pessoas LGBTIA+, o Painel de Dados da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos, o Disque 100, registrou aumento de 300% no número de denúncias só nos primeiros 5 meses do ano passado.
Com raízes na América Latina e no Caribe, a Fòs Feminista trabalha com mais de 220 entidades parceiras em todo o mundo, ampliando ações que promovem os direitos humanos e a justiça de gênero, com ênfase em ações de enfrentamento à violência de gênero e promoção da justiça reprodutiva.
O projeto movimentará um ecossistema diversificado de organizações parceiras que impulsionarão narrativas e conteúdos sensíveis à justiça de gênero nos ambientes virtuais. O trabalho se concentrará nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste com organizações que atuam em estratégias relacionadas aos direitos humanos e ao fortalecimento dos projetos de vida de meninas, mulheres e pessoas de gênero diverso.
“Nossa expectativa é de que este projeto inspire novas formas de convivência pacífica e democrática em ambiente virtual, com a circulação de narrativas sensíveis à justiça de gênero e enfrentamento da misoginia. O aprendizado no Brasil poderá inspirar outras iniciativas na América Latina e Caribe,” destaca Giselle Carino, CEO da Fòs Feminista.
Expandindo negócios com Inteligência Artificial
O Google.org também doará mais de R$ 3 milhões para uma nova edição do Ela Pode, o Ela Pode: Inteligência Artificial, programa de desenvolvimento de habilidades voltadas para empreendedorismo, do Instituto Rede Mulher Empreendedora (IRME), organização que tem como objetivo apoiar e promover o empreendedorismo feminino no país.
O projeto oferecerá um programa de treinamento em ferramentas com Inteligência Artificial (IA) para mulheres que gerenciam pequenos e médios negócios. A ideia é capacitar empreendedoras para que possam utilizar essas soluções e descobrir como impulsionar sua criatividade, ganhar eficiência e aumentar a produtividade nas tarefas do dia a dia. A iniciativa vai atender o público feminino, a partir dos 16 anos, em todo o Brasil.
Ano passado, o Google.org chegou a R$ 15 milhões doados para o Ela Pode, após o repasse de mais R$ 5 milhões ao programa, para habilitar mais 100 mil mulheres brasileiras em técnicas como liderança, comunicação, negociação, vendas, finanças pessoais e empresariais, construção de marca pessoal e networking, visando apoiá-las a alavancar seus negócios ou avançar as respectivas carreiras.
Até 2025, o Ela Pode irá capacitar 500 mil mulheres no Brasil para que estejam melhor preparadas para empreender ou aumentar as chances de ingresso no mercado de trabalho. Até dezembro do ano passado, 228.145 mulheres foram impactadas pelo programa. De acordo com o IBGE, com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), a taxa de desemprego das mulheres chega a ser 53% maior que a dos homens.
O Ela Pode: Inteligência Artificial oferecerá aulas ao vivo no formato online, com especialistas em tecnologia e digitalização, e ensinará habilidades essenciais para que as mulheres possam implementar todas ferramentas digitais com IA em seus respectivos negócios. O objetivo é impactar 4.320 mulheres empreendedoras de pequenos e médios negócios. “Este curso visa promover a inclusão digital e a igualdade de gênero no setor de tecnologia”, reforça Ana Fontes, empreendedora social e fundadora do Instituto RME.
Cresça com o Google
Em 18 anos de atuação no Brasil, o Google tem se empenhado em impulsionar o desenvolvimento feminino através de diversas ações, com destaque para o Cresça com o Google para Mulheres, que já ajudou mais de 200 mil mulheres a avançarem em suas carreiras e empreendimentos.
“As mulheres em suas diversidades têm um papel fundamental no desenvolvimento do Brasil e na construção de um país mais justo. Mas elas ainda precisam lidar com desafios estruturais, como as violências em suas diversas dimensões, seja ela doméstica, política, sexual ou no ambiente de trabalho, ressalta a gerente de políticas públicas e relações governamentais do Google Brasil, Juliana Moura Bueno. “No Google, estamos comprometidos a enfrentar, por meio de iniciativas próprias e apoio a organizações e lideranças parceiras, todo e qualquer tipo de violência ou desigualdade social e econômica dirigida a grupos sociais vulnerabilizados para que a web continue a ser um espaço aberto e democrático”, afirma.